O diretor japonês Hideo Kojima afirmou que Death Stranding é, de fato, um jogo estranho. Conhecido por desafiar convenções, ele comentou sobre a recepção do título em entrevista recente à revista britânica Edge. De acordo com o criador, 60% dos participantes de testes preliminares consideraram o jogo ruim. Apesar disso, Kojima avalia o resultado como equilibrado e coerente com sua proposta artística. A revelação reforça sua postura de que o sucesso de um projeto não depende de aceitação universal, mas da fidelidade à visão original.

Lançado em 2019, Death Stranding chamou atenção por unir mecânicas inusitadas a uma narrativa complexa e simbólica. O jogador assume o papel de um entregador solitário em um mundo devastado, com a missão de reconectar cidades isoladas. A história envolve elementos surreais, como bebês encapsulados, entidades invisíveis e um personagem que carrega o corpo da presidente dos Estados Unidos para ser incinerado. Kojima reconhece que esses elementos soam estranhos, mas afirma que isso faz parte de sua identidade criativa.

Foto: Divulgação/Kojima Productions

Criador evita ajustes de roteiro para agradar público

Durante a entrevista, Kojima destacou que não muda o enredo nem os temas de seus jogos com base em feedbacks. Para ele, ceder a pressões externas comprometeria a integridade do projeto. Mudanças são bem-vindas em aspectos técnicos, como controles e câmera, mas o núcleo da obra permanece inalterado. Segundo o diretor, tentar agradar a todos leva a produções genéricas. Seu objetivo é provocar reações, mesmo que negativas.

Essa abordagem acompanha Kojima desde títulos anteriores, como a série Metal Gear e projetos não realizados, como um jogo em que o personagem perde a memória se o jogador parar de jogar. A preferência por ideias ousadas tem consolidado seu nome como um dos mais autorais da indústria dos games, ainda que isso signifique alienar parte do público.

Foto: Divulgação/Kojima Productions

Expectativa para Death Stranding 2 cresce com novas revelações

A sequência de Death Stranding está em produção e deve expandir os conceitos apresentados no primeiro jogo. Sem revelar muitos detalhes, Kojima afirmou que continuará explorando temas complexos e metáforas visuais. Elementos já confirmados incluem um vilão que toca guitarra e uma marionete falante. O próprio diretor diz estar curioso com a reação do público a essas escolhas, mas garante que continuará apostando em experiências que desafiem o convencional.

Além disso, a nova fase da Kojima Productions em parceria com a Sony permite mais liberdade criativa, segundo ele. O estúdio mantém sua independência e evita se prender a fórmulas ou tendências de mercado. Para Kojima, o futuro dos jogos está em experiências que surpreendam, mesmo que corram o risco de serem mal interpretadas.

Foto: Divulgação/Kojima Productions

Criatividade fora dos padrões continua sendo marca registrada

A disposição de Hideo Kojima em correr riscos e inovar tem garantido seu lugar como uma figura única no cenário dos games. Mesmo com críticas, Death Stranding foi indicado a vários prêmios e gerou debates intensos sobre o papel da narrativa nos jogos. A escolha de manter sua essência criativa, mesmo diante de rejeições, reforça uma postura rara em uma indústria cada vez mais orientada por dados e tendências comerciais.

Para o público, isso significa esperar por jogos que fogem do previsível. Para Kojima, é uma questão de princípio. Criar algo que ninguém mais criaria parece ser, para ele, o verdadeiro sentido de desenvolver um jogo.

PorStefani CoutoSiga:Jornalista por formação, gamer por paixão! Escrevo sobre games, curiosidades e guias para ajudar outros jogadores a explorarem esse universo incrível. Se tem um jogo novo na área, estou sempre de olho e pronta para transformar a experiência em um bom artigo. 🎮PublicidadePublicidade